Ele não teria tal coragem, teria?

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* E me surpreendeu quando, ao menor sinal de tempestade, com um puxão no braço me carregou para fora da sala. Mandando que eu ficasse em silêncio, chegou a seu clímax de ignorância e estupidez, num ato típico de cavaleiros grosseiros do século XVI. Me levando para a rua, as lágrimas caiam de forma incontrolável e cada passo parecia uma aproximação ao precipício, um momento no qual achei que estivesse presa num pesadelo e que em segundos, já iria acabar. Não foi bem assim. A multidão se aproximava e na incerteza do que via, se encontrava num conflito entre aproximação e correria. Ele, ofegante, com uma arma se deixava levar pela dor que o consumira, pela tentação de não passar por aquilo outra vez. Não era uma arma de fogo, ele não teria tal coragem. Era uma arma verbal, que despontava tiros e facadas a cada frase solta, cada palavra que saia pela metade devido ao nervosismo que bombeava seu sangue. Era a incerteza, a insegurança… A dor de ver aquele amor se partindo ao meio, dando lugar à raiva. Uma vida tão feliz e que de repente, se estremecia e em poucos minutos, acabara.

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